Sejam bem-vindos a mais uma aula preparatória. Hoje, vamos mergulhar no mundo das entrelinhas e aprender a extrair informações implícitas dos textos, ou seja, aquelas informações que não estão escritas de forma direta, mas que podemos deduzir com atenção e raciocínio. Essa habilidade é essencial para a interpretação textual e é representada pelo Descritor D4.
O que significa "Inferir uma informação implícita"?
Imagine um detetive: ele analisa pistas, conecta fatos e chega a conclusões que não estavam óbvias à primeira vista. Ler um texto e inferir informações é um pouco como ser um detetive das palavras. Significa:
Ler nas entrelinhas: Ir além do que está escrito literalmente.
Dedução: Usar as informações presentes no texto como base para chegar a novas informações.
Contexto: Considerar o conjunto da obra, o assunto, o objetivo do autor e a época em que o texto foi escrito.
Conhecimento prévio: Utilizar o que você já sabe sobre o mundo para entender melhor o texto.
Tipos de Implícitos:
Existem diferentes maneiras de uma informação estar implícita em um texto. As principais são:
Pressupostos: São ideias que estão embutidas em certas palavras ou expressões, funcionando como uma condição para o que está sendo dito. Exemplo: "João parou de fumar". O pressuposto é que João fumava antes.
Subentendidos: São mensagens que não são ditas explicitamente, mas que podem ser inferidas pelo contexto e pela intenção do autor. Dependem muito da interpretação do leitor. Exemplo: Um anúncio de um carro novo com a frase "Chegou a hora de você voar mais alto". O subentendido é que o carro oferece status e sucesso.
Como Inferir Informações Implícitas na Prática?
Para desenvolver essa habilidade, siga estas dicas:
Leitura Atenta: Leia o texto com calma e atenção, buscando compreender o sentido geral.
Identifique Palavras-Chave: Destaque palavras ou expressões que podem dar pistas sobre as informações implícitas.
Conecte as Ideias: Relacione as informações explícitas do texto, buscando conexões lógicas.
Considere o Contexto: Analise o contexto em que o texto foi produzido, o objetivo do autor e o público-alvo.
Use seu Conhecimento Prévio: Recorra aos seus conhecimentos sobre o assunto e sobre o mundo para interpretar as entrelinhas.
Questione o Texto: Faça perguntas como: "Qual a intenção do autor ao escrever isso?", "O que ele quer que eu entenda sem dizer diretamente?"
Inferir informações implícitas é uma habilidade fundamental para a compreensão profunda dos textos. Com prática e atenção, vocês se tornarão verdadeiros detetives das palavras, capazes de desvendar os significados ocultos e enriquecer sua interpretação.
Lembrem-se: a leitura atenta, a conexão entre as ideias e a consideração do contexto são as chaves para o sucesso nessa jornada.PRATIQUE!
O Homem que entrou pelo cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.Questão 1. O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque:
A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
B) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
C) as engrenagens da tubulação não funcionaram.
D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.