Compreendendo cada descritor:
D1 - Localizar informações explícitas em um texto: Encontrar as informações que estão claramente escritas no texto, sem exigir que o leitor faça deduções.
D3 - Inferir o sentido de uma palavra ou expressão: Compreender o significado de uma palavra ou expressão a partir do contexto em que ela está inserida.
D4 - Inferir uma informação implícita em um texto: Extrair informações que não estão diretamente escritas no texto, mas que podem ser deduzidas a partir das pistas fornecidas pelo autor.
D6 - Identificar o tema de um texto: Reconhecer a ideia central do texto, o assunto principal que está sendo abordado.
D14 - Distinguir um fato da opinião relativa a esse fato: Diferenciar entre o que é comprovadamente verdadeiro (fato) e o que representa um ponto de vista pessoal (opinião).
Atividades para trabalhar cada descritor:
D1: No ensino, um dos grandes desafios é desenvolver a habilidade de leitura e compreensão nos alunos, especialmente quando se trata de extrair informações específicas de um texto. Hoje, vamos explorar algumas estratégias para trabalhar o descritor D1, focado na identificação de detalhes importantes em textos.
Questionários Diretos: Os questionários diretos são uma ferramenta eficaz para reforçar a leitura atenta. Uma técnica simples é fazer perguntas específicas sobre dados no texto. Por exemplo, ao trabalhar com uma notícia, pergunte: "Quem são as pessoas envolvidas?" ou "Qual foi a data do evento descrito?". Essa prática ajuda a orientar os alunos a focar nos detalhes e a desenvolver a habilidade de localizar informações específicas rapidamente.
Sublinhar Partes do Texto: Pedir aos alunos que sublinhem partes do texto em resposta a perguntas específicas é uma técnica valiosa. Ao sublinhar frases ou palavras-chave, eles exercitam a capacidade de escanear o texto em busca de detalhes. Essa técnica também promove a síntese e ajuda os alunos a entenderem a importância de selecionar informações de forma criteriosa.
Completar Tabelas com Informações: Uma forma visual e organizada de consolidar a leitura é a criação de tabelas. Depois da leitura, incentive os alunos a preencherem uma tabela com informações essenciais do texto, como "Quem", "Onde", "Quando" e "O que aconteceu". Esse método ajuda na sistematização dos dados, facilitando o processo de compreensão e a retenção de informações.
UMA GALINHA, de Clarice Lispector
Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpando sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vacilou – o tempo de a cozinheira dar um grito – e em breve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço junto de uma chaminé. O dono da casa lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum esporte e de almoçar vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário da galinha: em pulos cautelosos alcançou o telhado onde esta hesitante e trêmula escolhia com urgência outro rumo. [...]
Questão 1. Quem é a personagem principal da história?
Questão 2. Que outras personagens aparecem na história?
Questão 3. Quem é o narrador? Ele é também personagem? Como você chegou a essa conclusão?
Questão 4. "Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço.” Qual a causa da surpresa?
Questão 5. Qual trecho do texto revela o significado de galinha de domingo?
Questão 6. A galinha era especial para a família? Justifique.
Questão 7. Qual a dupla necessidade do dono da casa?
Questão 8. Que fim você daria para a história?
D3: A leitura é uma das habilidades mais importantes para o aprendizado, mas frequentemente os alunos se deparam com palavras desconhecidas que podem atrapalhar a compreensão do texto. Ensinar a inferência contextual é uma estratégia poderosa para ajudá-los a entender novas palavras a partir das pistas ao redor, sem depender imediatamente de um dicionário.
Inferir o sentido de uma palavra ou expressão é a capacidade de deduzir seu significado com base nas palavras e frases ao redor. Por exemplo, na frase “Ela estava tão cansada que mal conseguia abrir os olhos”, mesmo que o aluno não conheça a palavra “cansada”, é possível deduzir que se refere à exaustão por meio do contexto.
Durante a leitura de um texto, peça que os alunos identifiquem palavras ou expressões que não conhecem e tentem deduzir seu significado com base no contexto. Para tornar essa atividade ainda mais eficaz, siga os passos abaixo:
Seleção do Texto: Escolha um texto interessante e adequado ao nível de leitura dos alunos, que contenha algumas palavras desafiadoras. Pode ser uma pequena história, um artigo de interesse ou uma crônica curta.
Identificação de Palavras Desconhecidas: À medida que leem, os alunos devem marcar ou anotar as palavras que não conhecem.
Uso do Contexto para Dedução: Instrua os alunos a analisar as palavras e frases ao redor da palavra desconhecida. Peça que identifiquem pistas contextuais que possam ajudá-los a deduzir o sentido.
Discussão em Grupo: Após a leitura, reúna a turma para que compartilhem as palavras que inferiram e expliquem como chegaram ao significado. Pergunte quais pistas foram mais úteis e destaque diferentes interpretações válidas.
Os cearenses
Quando cheguei ao Ceará, há uns dez anos, tive logo nos primeiros dias uma surpresa. A moça que trabalhava para mim me disse que ia “rebolar no mato”. O quê?, pensei, rebolar no mato? Não fazia muito sentido ela ir requebrar os quadris no meio de um matagal. Foi então que entendi: ela ia jogar no lixo alguma coisa. Fiquei fascinada com a perspectiva de conhecer novas expressões e palavras: ontonte, arengar, cabra atarrachado... Aprendi o que é botar boneco, bonequeiro, batoré, beréu, só para mencionar algumas começadas com a letra B. E me encantava com expressões que ouvia: “Jumento sem mãe”, que significa um pobre coitado, um zé-ninguém. “Mangar de alguém”, ou zombar. E a expressão que mais me espantou: Bonito pra chover. É que, nas bandas de lá onde fui criada, um dia chuvoso é feio, triste, e é belo o dia límpido, de céu azul sem nuvem. Acabei descobrindo que no Ceará existe uma língua local, ou dialeto, o cearensês. Também, deve haver um sentimento de honra regional, de querer reconhecimento e respeito. Sei que incorporei muitas falas e ando disparando, por aí, de quando em vez, no lugar de Virgem Maria, sonoros Vixe Maria!
Disponível em: https://www.opovo.com.br/.
Questão 1. A expressão “Bonito pra chover”, no cearensês, significa que
a) o céu fica mais bonito quando chove.
b) o céu cearense é o mais bonito do Brasil.
c) o povo cearense gosta da chuva.
d) a chuva é um fenômeno comum no Ceará.
D4: Para ensinar a habilidade de inferir informações implícitas em um texto (descritor D4), você pode estruturar a aula em etapas práticas e envolventes, que incentivem os alunos a ler “além das palavras” e captar as intenções e mensagens subentendidas pelo autor.
Inferir uma informação implícita significa deduzir ideias, emoções ou intenções a partir de pistas fornecidas pelo autor. Por exemplo, se um texto descreve alguém olhando pela janela em um dia chuvoso e suspirando, o autor pode não dizer diretamente que essa pessoa está triste, mas as pistas sugerem essa interpretação. Esse tipo de leitura exige atenção e sensibilidade para captar o que não foi dito diretamente, mas foi sugerido.
Aqui está uma atividade simples e eficaz para trabalhar a inferência de informações implícitas com os alunos:
Escolha um Texto Curto: Use um texto que contenha emoções ou ações implícitas, como um trecho de crônica ou narrativa.
Identificação de Pistas: Durante a leitura, peça que os alunos marquem frases que possam sugerir sentimentos, intenções ou pensamentos dos personagens.
Questões de Inferência: Faça perguntas que os levem a pensar “além” das palavras, como:
“O que o autor quer que a gente entenda sobre este personagem?”
“Quais sentimentos estão sendo sugeridos aqui?”
“Por que o personagem pode estar agindo assim?”
O Homem que entrou pelo cano
Abriu a torneira e entrou pelo cano. A princípio incomodava-o a estreiteza do tubo. Depois se acostumou. E, com a água, foi seguindo. Andou quilômetros. Aqui e ali ouvia barulhos familiares. Vez ou outra um desvio, era uma seção que terminava em torneira.
Vários dias foi rodando, até que tudo se tornou monótono. O cano por dentro não era interessante.
No primeiro desvio, entrou. Vozes de mulher. Uma criança brincava. Então percebeu que as engrenagens giravam e caiu numa pia. À sua volta era um branco imenso, uma água límpida. E a cara da menina aparecia redonda e grande, a olhá-lo interessada. Ela gritou: “Mamãe, tem um homem dentro da pia”.
Não obteve resposta. Esperou, tudo quieto. A menina se cansou, abriu o tampão e ele desceu pelo esgoto.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Cadeiras Proibidas. São Paulo: Global, 1988, p. 89.
Questão 1. O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque:
A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
B) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
C) as engrenagens da tubulação não funcionaram.
D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.
D6: Identificar o tema envolve captar a essência do que o autor deseja transmitir. Por exemplo, em um texto sobre os efeitos das mudanças climáticas, o tema poderia ser “sustentabilidade” ou “responsabilidade ambiental”. Embora o texto possa abordar vários pontos e detalhes, o tema é o que unifica e dá sentido a essas informações.
Para ajudar os alunos a desenvolverem essa habilidade, aqui está uma atividade que pode ser aplicada em sala de aula:
Escolha do Texto: Selecione um texto curto e acessível, como um conto, um artigo ou uma crônica, que tenha um tema claro e bem definido.
Leitura Atenta: Peça que os alunos leiam o texto com atenção. Durante a leitura, incentive-os a fazer anotações sobre o que acham que é a ideia central e as informações mais importantes.
Retrato, de Cecília Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio tão amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas,
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa e fácil:-
Em que espelho ficou perdida
a minha face?"
MEIRELES, Cecília: poesia. Por Darcy Damasceno.
Rio de Janeiro, Agir, 1974. p 19-20.
Questão 1. O tema do texto é
A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
D) a recordação de uma época de juventude.
E) a revolta diante do espelho.
D14: Distinguir fato de opinião é a capacidade de identificar quando uma afirmação é baseada em dados verificáveis ou observações concretas (fato) e quando representa uma perspectiva pessoal ou julgamento (opinião). Por exemplo, a frase “O Brasil é o maior país da América do Sul em extensão territorial” é um fato, pois é uma informação comprovável. Já a frase “O Brasil é o país mais bonito da América do Sul” é uma opinião, pois se baseia em uma percepção subjetiva.
Aqui está uma atividade prática para desenvolver essa habilidade com os alunos:
Escolha do Texto: Utilize um texto curto e diversificado, como uma notícia, um artigo de opinião ou uma crônica que contenha tanto informações factuais quanto pontos de vista.
Leitura e Identificação: Peça que os alunos leiam o texto e marquem as frases ou trechos que acreditam serem fatos e os que acham que são opiniões.
Avaliação:
A avaliação dos procedimentos de leitura deve ser contínua e diversificada, utilizando diferentes instrumentos como:
Questionários: Avaliar a compreensão das informações explícitas e implícitas.
Produção de textos: Analisar a capacidade de os alunos resumir, interpretar e produzir textos a partir de diferentes gêneros.
Participação em discussões: Observar a capacidade de os alunos defender seus pontos de vista e argumentar.
CRIANÇAS SÃO ACHADAS VIVAS NA SELVA 40 DIAS APÓS QUEDA DE AVIÃO NA COLÔMBIA
Irmãos sobreviveram na Amazônia e foram resgatados por militares. A mãe delas e mais dois adultos morreram no acidente, em 1º de maio.
Por g1 / 09/06/2023
As quatro crianças que estavam desaparecidas após a queda de um avião na Colômbia há 40 dias foram encontradas com vida nesta sexta-feira (9). A informação foi confirmada pelas Forças Armadas da Colômbia e pelo presidente Gustavo Petro. "É um grande presente para a Colômbia, um presente para a vida, nossos meninos cuidados pela selva", disse Petro em uma entrevista momentos após anunciar o resgate em um post numa rede social.
As autoridades não deram detalhes sobre o estado de saúde dos quatro irmãos resgatados, que estão sob cuidados médicos. Segundo a imprensa colombiana, as crianças estão desidratadas, com picadas de insetos e levemente feridas, especialmente nos pés, porque percorreram longas distâncias descalças.
[...]
O presidente colombiano disse que o "aprendizado" de viver na selva ajudou as crianças indígenas. "Eles se defenderam sozinhos, foi o aprendizado de viver na selva que as salvou", afirmou. "São exemplos de sobrevivência total que ficará para a história. Essas crianças são hoje os filhos da paz".
O ministro da Defesa, Iván Velázquez, disse que os irmãos podem ser levados a um hospital militar em Bogotá caso os médicos permitam.
No dia 17 de maio, Gustavo Petro chegou a anunciar o resgate das quatro crianças, mas depois negou e se retratou. As Forças Armadas seguiam com as buscas em mata fechada.
Fonte: https://g1.globo.com/
Questão 1. Há uma opinião em:
A) “... Gustavo Petro chegou a anunciar o resgate...”
B) “os irmãos podem ser levados a um hospital...”
C) “É um grande presente para a Colômbia...”
D) “... foram encontradas com vida nesta sexta...”
Importante:
Ao trabalhar com os procedimentos de leitura, é fundamental considerar as características individuais de cada aluno e adaptar as atividades às suas necessidades. A leitura é um processo contínuo e exige dedicação e prática.
GABARITO
D1 - RESPOSTAS
Questão 1: Quem é a personagem principal da história?
A personagem principal da história é a galinha. Ela assume o papel central ao tentar escapar de seu destino e provoca uma série de ações e reações dos humanos ao seu redor.
Comentário: O foco da narrativa está na galinha, que simboliza uma espécie de resistência ou luta pela vida. Clarice Lispector usa a galinha como um reflexo de algo que, mesmo destinado ao sacrifício, possui um instinto de sobrevivência.
Questão 2: Que outras personagens aparecem na história?
Além da galinha, aparecem a cozinheira, que grita quando vê a galinha tentando fugir, o dono da casa, que se prepara para capturá-la, e a família, que observa a situação.
Comentário: Esses personagens secundários contribuem para o desenvolvimento da história, representando a família tradicional que vê a galinha apenas como alimento, até o momento em que ela tenta escapar.
Questão 3: Quem é o narrador? Ele é também personagem? Como você chegou a essa conclusão?
O narrador é observador, ou seja, está fora da história e narra os fatos como alguém que apenas observa, sem intervir ou participar como personagem.
Comentário: A voz narrativa é impessoal e se mantém objetiva, o que é característico do narrador observador. Ele apresenta a situação sem revelar pensamentos íntimos dos personagens humanos, destacando mais as ações e reações.
Questão 4: “Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço.” Qual a causa da surpresa?
A surpresa vem do comportamento inesperado da galinha, que mostra um instinto de fuga e sobrevivência. Ninguém imaginava que ela tentaria escapar.
Comentário: A surpresa enfatiza como a família subestimava a galinha, vendo-a apenas como um ser passivo. A tentativa de fuga revela sua vontade de viver, o que humaniza a personagem.
Questão 5: Qual trecho do texto revela o significado de galinha de domingo?
O trecho “Era uma galinha de domingo” revela que a galinha estava destinada ao almoço da família, prática comum em muitas casas.
Comentário: A expressão “galinha de domingo” associa o animal ao costume familiar de preparar uma refeição especial aos domingos. Clarice Lispector usa esse contexto para abordar a questão da sobrevivência e do destino.
Questão 6: A galinha era especial para a família? Justifique.
Não, a galinha não era especial. Ela era tratada com indiferença e foi escolhida apenas para servir como refeição, sem nenhuma consideração além de sua função como alimento.
Comentário: O texto reforça a indiferença da família, que só passa a notar a galinha quando ela ameaça escapar. Este tratamento representa a desvalorização de seres que não são vistos como indivíduos.
Questão 7: Qual a dupla necessidade do dono da casa?
A dupla necessidade era capturar a galinha e realizar um pouco de exercício físico, aproveitando a oportunidade para subir no telhado.
Comentário: A atitude do dono da casa reflete uma postura prática e indiferente. A “necessidade” de capturar a galinha está associada a seu desejo de realizar uma tarefa com rapidez, minimizando o que para a galinha é uma questão de vida e morte.
Questão 8: Que fim você daria para a história?
Uma possível conclusão seria que, ao finalmente capturar a galinha, a família decide poupá-la, impressionada com sua tentativa de fuga, e a galinha passa a ser tratada com respeito.
Comentário: Esse desfecho adicionaria um toque reflexivo e sensível à história, mostrando que a luta pela vida pode inspirar compaixão e uma nova percepção sobre o valor dos seres vivos.
D3 - RESPOSTAS
Questão 1. A expressão “Bonito pra chover”, no cearensês, significa que
a) o céu fica mais bonito quando chove.
b) o céu cearense é o mais bonito do Brasil.
c) o povo cearense gosta da chuva.
d) a chuva é um fenômeno comum no Ceará.
Comentário: A autora explica que, no Ceará, ao contrário de outras regiões onde o céu claro é considerado bonito, um dia chuvoso também é visto como algo belo, provavelmente pelo valor da chuva em um lugar onde ela pode ser rara e necessária. Ao dizer que "Bonito pra chover" significa que o povo cearense gosta da chuva, a alternativa C está correta, pois reflete uma apreciação cultural pela chuva, possivelmente devido ao clima seco característico da região. Essa expressão mostra como a chuva é valorizada e bem-vinda pelos cearenses, representando mais que um fenômeno natural; é algo que gera alegria e beleza para eles. As demais alternativas não capturam esse aspecto cultural e afetivo da expressão.
D4 - RESPOSTAS
Questão 1. O conto cria uma expectativa no leitor pela situação incomum criada pelo enredo. O resultado não foi o esperado porque:
A) a menina agiu como se fosse um fato normal.
B) o homem demonstrou pouco interesse em sair do cano.
C) as engrenagens da tubulação não funcionaram.
D) a mãe não manifestou nenhum interesse pelo fato.
Comentário: A resposta correta é a letra D porque, ao longo do texto, o homem que entra pelo cano passa por uma experiência bastante inusitada, mas o que surpreende é a falta de reação da mãe da menina. Quando a menina vê o homem na pia e grita para sua mãe, não há resposta, o que indica uma indiferença ou desinteresse por parte da mãe em relação à situação. Essa ausência de reação é o que quebra a expectativa do leitor, que poderia imaginar que a mãe teria uma reação de espanto ou preocupação. A menina age como se a presença de um homem dentro da pia fosse uma ocorrência normal, mas a falta de qualquer manifestação da mãe ressalta a bizarrice da situação, tornando-a ainda mais surreal.
As demais opções não capturam a essência do que faz a situação tão peculiar. A letra A menciona a normalidade da ação da menina, mas não aborda a ausência de resposta da mãe, que é o ponto crucial. A letra B fala sobre o interesse do homem em sair, que não é o foco central. E a letra C sobre as engrenagens da tubulação não é relevante, pois não há menção de falha nesse aspecto que justifique a quebra da expectativa.
Assim, a resposta D é a mais acertada, pois ressalta a indiferença da mãe, criando um contraste que amplifica a estranheza do enredo e provoca uma reflexão sobre a normalização de situações absurdas na vida cotidiana.
D6 - RESPOSTAS
Questão 1. O tema do texto é
A) a consciência súbita sobre o envelhecimento.
B) a decepção por encontrar-se já fragilizada.
C) a falta de alternativa face ao envelhecimento.
D) a recordação de uma época de juventude.
E) a revolta diante do espelho.
Comentário: A resposta correta é a letra A, que aponta para a "consciência súbita sobre o envelhecimento". No poema, a autora descreve um momento de reflexão profunda em que se percebe transformada, com um rosto diferente, mãos sem força, um coração que não se mostra. A fala revela uma tomada de consciência repentina sobre as mudanças físicas e emocionais trazidas pelo tempo, sem que ela tenha notado exatamente quando ou como ocorreram. A pergunta final — “Em que espelho ficou perdida a minha face?” — reforça essa percepção abrupta e nostálgica, evidenciando a surpresa ao se deparar com a passagem do tempo e o envelhecimento.
As outras alternativas abordam aspectos que não refletem completamente o tema central do poema. A letra B, que menciona decepção por fragilidade, e a letra C, que fala sobre a falta de alternativa, são parciais, pois o poema é mais sobre a percepção e o estranhamento diante das mudanças do que sobre descontentamento ou resignação. A letra D foca na juventude, que não é o tema, e a letra E, que fala em revolta, também não reflete o tom introspectivo e sereno da autora.
Portanto, a resposta A é a mais adequada, pois capta com precisão a reflexão introspectiva da autora sobre o envelhecimento e a percepção súbita dessas mudanças.
D14 - RESPOSTAS
Questão 1. Há uma opinião em:
A) “... Gustavo Petro chegou a anunciar o resgate...”
B) “os irmãos podem ser levados a um hospital...”
C) “É um grande presente para a Colômbia...”
D) “... foram encontradas com vida nesta sexta...”
Comentário: A resposta correta é a letra C porque, ao dizer “É um grande presente para a Colômbia, um presente para a vida, nossos meninos cuidados pela selva”, o presidente Gustavo Petro expressa uma opinião pessoal sobre o resgate das crianças, carregada de emoção e de um sentimento nacionalista. A expressão "um grande presente" não é uma descrição factual, mas uma interpretação pessoal que reflete a importância do acontecimento para ele e para o país. Ao usar essas palavras, Petro atribui um valor especial ao evento, enaltecendo a sobrevivência das crianças e a simbologia desse resgate para a Colômbia.
As outras alternativas (A, B e D) contêm informações factuais ou projeções baseadas em possibilidades, como o potencial encaminhamento das crianças ao hospital (letra B). Assim, a resposta C é a única que representa uma opinião, destacando o tom emotivo e subjetivo nas palavras do presidente.